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Faro Informação

2023/01/11

Associação Oncológica do Algarve reafirma que “não há vantagens” em tratar doentes em Espanha

Concelho

Jaime Ferreira diz que em Faro “existem equipamentos de última geração capazes de realizar tratamentos de excelência".

O porta-voz da Associação Oncológica do Algarve (AOA) afirmou que “não há vantagens técnicas ou outras” que justifiquem a deslocação de doentes oncológicos do Algarve para efetuarem tratamentos de radiocirurgia em Sevilha, Espanha.

Jaime Ferreira, que falava na comissão parlamentar de Saúde, criticou a concessão dos tratamentos de radiocirurgia pelo Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) a um grupo espanhol, no âmbito de um concurso internacional, “tendo por base apenas critérios económicos”.

“Fazer concursos em que os critérios são económicos e que quando eles ficam empatados fazem uma decisão de bola ao ar, ou bola branca ou bola preta, isto não é normal”, referiu.

Na audição na comissão de Saúde, onde a Associação Oncológica do Algarve foi ouvida a pedido do PSD, Jaime Ferreira adiantou que em Faro “existem equipamentos de última geração capazes de realizar tratamentos de excelência, evitando que os doentes fossem expostos a uma deslocação de centenas de quilómetros”.

O deputado social-democrata Rui Cristina justificou o pedido de audição da AOA no parlamento “face ao verdadeiro caos” em que se encontra o Serviço Nacional de Saúde no Algarve e “perante a indignação que gerou a deslocação a Sevilha dos doentes para tratamentos de radiocirurgia”.

“Apesar de ser possível a realização dos tratamentos no Algarve, lá têm os algarvios, já com neoplasias diagnosticadas, de irem para Sevilha a fim de receberem tratamento”, apontou.

Para o deputado algarvio “é desumano sujeitar doentes já fragilizados a um transporte de quatro horas, serem atendidos por profissionais que não falam português, num transporte sem condições mínimas em caso de mal-estar e, eventualmente, sem seguro de passageiros em caso de acidente”.

Por seu turno, o deputado socialista Jorge Botelho defendeu que “todos os tratamentos devem ser feitos no futuro em Portugal, no Algarve e num serviço de saúde público”, tal como está previsto com a implantação de um centro de radioterapia gerido pelo Serviço Nacional de Saúde.

O deputado recordou que anteriormente os tratamentos de radioterapia e radiocirurgia eram contratualizados diretamente pelo CHUA com a associação, porque “não iam ao regime dos concursos públicos” e questionou o acordo feito com uma empresa prestadora de serviços que motivou que a concessão tivesse de ser feita através de concurso público internacional.

“Foi a associação que concorreu a este concurso público ou a Associação Oncológica é que se colocou diretamente sob a égide do código da contratação pública”, questionou o ex-presidente da Câmara de Tavira e da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), lembrando que há um conjunto de regulamentação que tem de ser cumprida.

Jaime Ferreira esclareceu que “não é a Associação Oncológica que vai ao concurso, mas sim a empresa Quadrantes que pertence ao Grupo Joaquim Chaves”, e que a associação “só está no processo em defesa dos interesses superiores das pessoas”.

“Nós não temos nenhum interesse privado nisto, mas apenas nos direitos das pessoas”, reiterou.

O porta-voz da associação lamentou que não se tenha equacionado fatores como o interesse do doente ou o desconforto do transporte “quando se abre um concurso em oncologia em que o critério é apenas económico”.

“Se uma boa utilização dos dinheiros públicos é mandar doentes a Sevilha para fazer este tipo de tratamentos, não concordo, até porque estamos a falar de uma poupança de algumas centenas de euros”, concluiu.

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