Se, há umas décadas, este bairro estava quase deixado ao abandono, nos últimos anos, foram muitos os que decidiram investir nesta zona da capital algarvia, sem saber que as paredes que acabavam de restaurar poderiam estar prestes a servir de mural para atos de vandalismo.
João (nome fictício de um morador que pediu anonimato) fala de «uma vida mais degradante que o bairro tem, que não está em conformidade com o dia a dia saudável de quem quer constituir família».
São situações que se intensificam à noite, quando «muitas das restrições são ultrapassadas» pelos estabelecimentos de diversão noturna, «quer em termos de horário de funcionamento, quer em termos do nível de decibéis a que música deve estar», ou quando a falta de segurança aumenta.
João acredita que «o simples facto de a PSP andar por ali e autuar quando é preciso já seria um grande passo para que as pessoas percebam o que não podem fazer» e «pensem duas vezes antes de agir de forma ilegal».
Com o objetivo de reivindicar mudanças que consideram necessárias, para que exista qualidade de vida neste bairro farense, foi criada em Julho deste ano a Associação Bairro Ribeirinho, da qual fazem já parte dezenas de moradores desta zona que é composta por cerca de 25 ruas e 430 residentes.
Às queixas relacionadas com o barulho inerente à diversão noturna, juntam-se as de falta de segurança e higiene, vandalismo e criminalidade que, como defendem muitos dos moradores, só podem ser colmatadas com o trabalho conjunto de várias entidades: Câmara Municipal, Polícia de Segurança Pública, Fagar, responsáveis pelos espaços de atividade económica, entre outras.